2 de janeiro de 2007

Freedomland

Freedomland --- 6/10

Freedomland conta-nos a história de uma mãe (Julianne Moore) que se vê privada da vida com o seu filho porque um homem aborda-a durante a noite dentro do carro tirando-a do carro contudo, sem se aperceber acaba por levar o filho dela no carro, isto tudo quando a noite já estava em plena acçao. Seguidamente presenciamos a busca do mesmo, busca essa liderada por Lorenzo (Samuel L. Jackson), e também na recolha de provas e esforço por parte de várias pessoas para ajudarem em tudo o que seja necessário. Contudo, esta desgraça ve-se ainda dificultada, pois o bairro em que ocorreu o incidente é um bairro maioritariamente ocupado por pessoas de raça negra e que vêm a sua vida ser completamente cerrada perante as buscas da criança desaparecida.


Como se pode comprovar, o filme tinha muito para se tornar num grande sucesso: boa história, excelentes actores e um realizador, que para além de nao ser nada de grandioso até conseguiu realizar filmes bem recebidos e igualmente com histórias decentes ( The Forgotten e An Unfinished Life ) e este Freedomland era sem dúvida o que podia ter sido aproveitado da melhor maneira. Como se vê pela história base (a mae que perde o filho e a sua busca) só por isso já havia muita margem de manobra, e o género de filme (um dos meus favoritos diga-se de passagem) ainda aumentava mais essa margem, mas a reviravolta que o filme leva não surpreende como seria de esperar, e talvez a meio do filme, o espectador certamente já terá ideia do que se passa e talvez já se mostre algo desinteressado. Mas, para combater o tal desinteresse ainda existia mais pontos em que pegar e prender o espectador: temos a tal criança desaparecida, e graças a ela, temos uma mãe preocupada e traumatizada que por sua vez tem um irmão na policia que depressa começa a tratar de tudo para confinar todo o bairro onde tudo começou dando origem a uma luta de raças, por parte da raça branca que deixa "transpirar" um grande racismo e por parte da raça negra que se mostra indignada por estar a ser toda condenada por algo que nem se suspeita que tenha surgido dali. Ora, era aqui que o filme devia ter dado mais algum destaque. O que deu já foi bom, mas se em vez de darem mais atençao a promenores que talvez nao sejam tao interessantes, deviam ter cuidado mais deste aspecto que sem dúvida é um problema dos nossos dias. O filme realmente é muito bom de se ver, e conseguiu no fim emocionar-me em certos pontos, mas depois de um inicio algo atribulado que deixa o espectador acelerado e com vontade de realmente ver o que se passa ali, a partir de meio do filme ele começa a descer vertiginosamente o interesse deixando o espectador algo desiludido e algo entediado perante o filme.

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Um aspecto também a ter em conta é a mensagem transmitida pelo filme, mas mesmo essa mensagem tem de ser o espectador a conseguir ir lá buscá-la, porque se nao for ele, o filme não a consegue passar de maneira eficaz.
Como também ja foi mencionado em cima, os actores são realmente muito bons e foram optimamente escolhidos para os seus papeis, sem dúvida que o filme sem eles ainda teria conseguido perder mais interesse. Em relaçao a eles nada a dizer. Penso que aqui o que faz com que nem os actores salvem mesmo o filme é a história, porque até a realizaçao consegue estar mesmo muito boa conseguindo captar pontos muito bons, de banda sonora também nada a dizer de mal, porque consegue acompanhar o ritmo do filme, mas é que sem o apoio de uma boa história um filme pode tornar-se no que este se tornou, algo banal que nao passa do mediano.
Para acabar, sem dúvida que é um filme interessante de se ver, mas que ou se está com vontade de ver e tentamos acompanhar o filme até ao fim e ir recolhendo as informaçoes que mais interessam, ou não se está com vontade e torna-se um pouco cansativo visualizar este filme.